tag:blogger.com,1999:blog-82332881499276391462024-02-19T07:12:31.811+00:00Ginkgo: o primeiro capítulo do amorAnahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.comBlogger229125tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-88235928135679071462015-11-25T18:16:00.000+00:002015-11-25T18:16:11.918+00:00A festa do pijamaInspirei-me num post do blog seismaisdois. Gostei da ideia de uma noite em que toda a família trocava os quartos pela sala, se vestia a rigor com roupa de noite (pijama), escolhia um filme e se o sono chegasse entretanto ali se dormia.<br />
Assim fiz.<br />
A vantagem de ter um sobrecolchão é que é fácil transportá-lo para a sala e na horizontal dá bem para 4!<br />
Quando iniciámos a festa a Aninha já dormia, mas não fazia sentido que não partilhasse o sono colectivo. Ali ficou, enquanto escolhemos o filme (Home), enquanto nos enroscámos nas dezenas de almofadas e peluches que o Pedro arrastou para se juntarem à festa, enquanto vimos parte do filme. Eu sabia que o Pedro não aguentaria ver o filme até ao fim, que eu iria pelo mesmo caminho, mas a verdade é que até o Miguel adormeceu.<br />
Mesmo assim foi a festa perfeita.<br />
É preciso muito pouco para fazermos os nossos filhos felizes.<br />
Pela felicidade do Pedro, que lhe encontro nas palavras que lhe saem apressadas, nos saltinhos do seu corpo quando está verdadeiramente feliz, nos abraços mais apertados, foi mesmo a festa perfeita.<br />
<br />
Já a Aninha, às 7h30m, estranhou ao acordar, fez-me levá-la ao seu quarto e ao meu para ver que ninguém estava nas camas, mas lá aceitou beber o leite e dormir mais um pouco, a 4, na sala.Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-58802594598982007752015-11-20T18:12:00.002+00:002015-11-20T18:12:49.821+00:00ColoA Aninha diz há muitos meses "colo", num jeito meio asiático, mas percebe-se bem o que está a pedir.<br />
A partir do verão passou a dizer "cola".<br />
É assim até hoje e, "lapa" como é, faz bem mais sentido!Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-17882195693967393352015-10-22T11:54:00.000+01:002015-10-22T11:54:06.114+01:00O escuroA generalidade das crianças tem medo do escuro. O Pedro talvez tenha um pouco mas todos os dias o enfrenta. Ou então não tem medo nenhum e ponto final. A Aninha já se habituou ao ritual e, por isso, não reclama a ausência de luz. Todos os dias, ao chegar ao corredor que nos leva até à porta do apartamento ou à saída de casa, o Pedro encarrega-se de fechar a porta que dá para as escadas comuns e exige que não se acenda a luz. Vamos totalmente às escuras até ao elevador ou sem ponta de luz até à porta de casa. Todos os dias. É uma animação para mim tentar enfiar a chave na fechadura sem qualquer luz, um divertimento para o Pedro encontrar o botão do elevador, uma alegria para a Aninha correr sem ver nada.<br />
Só temo que algum vizinho abra a porta nesse momento. É que nem sei o que diga... Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-1003987612940755362015-10-16T18:36:00.000+01:002015-10-16T18:36:28.052+01:00O meu PedroO meu Pedro. O meu filho nessa dimensão extraordinária que guarda apenas para mim. O meu filho nos minutos anteriores a adormecer, nos primeiros raios da manhã, na sala de pijama, nos 7 minutos e meio de caminho para a escola quando reduzo o volume do rádio.<br />
<br />
O meu Pedro que me desarma em absoluto com a sua sensibilidade.<br />
"Eu gostava de ter sido criança quando tu eras criança, mamã. Para poder casar contigo..."<br />
<br />
O meu Pedro que me surpreende com o seu raciocínio único, com os interesses raros, com as conclusões inéditas.<br />
"Eu sou diferente dos outros, porque não vejo a minha própria cabeça, só as cabeças dos outros... Não há problema em ser diferente dos outros, pois não?"<br />
<br />
O meu Pedro, que eu amo tanto.<br />
<br />
Um dia destes, em conversa com os meus cunhados, percebi que são poucos aqueles que conhecem o Pedro. Aos 4 anos e meio do Pedro, o seu tio dizia-me "não imaginava o Pedro assim".<br />
Fiquei triste, um bocadinho triste.<br />
O meu Pedro nega revelar-se a maioria das vezes.<br />
Fiquei triste, não pelo Pedro, mas pelos outros.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrgMEblkCC8UMT8RfYWHmXaXpNEXMaMeFeelUegjtfD3tnVm3-v-vm8fAJTTMBhISD_GAXqD71CX6lyaT8GgWHRQ7_QmSH5xY8osoYvrsmmghC57upf1a2GFTPoomasxGR4cd0BaEeDA0/s1600/IMG_6584.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrgMEblkCC8UMT8RfYWHmXaXpNEXMaMeFeelUegjtfD3tnVm3-v-vm8fAJTTMBhISD_GAXqD71CX6lyaT8GgWHRQ7_QmSH5xY8osoYvrsmmghC57upf1a2GFTPoomasxGR4cd0BaEeDA0/s320/IMG_6584.JPG" width="213" /></a></div>
<br />
<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-3175867156914289902015-10-12T19:08:00.000+01:002015-10-12T19:08:09.253+01:00Dicas de uma mãe de segunda viagem para uma viagem de primeira!Estive em Londres durante 4 dias com os pequenos. Se não comessem sopa durante 4 dias não seria um drama para mim mas seria um drama para o funcionamento intestinal de um e outro. Não é fácil arranjar sopa como a nossa em Londres, nem nos restaurantes italianos. Optei por levar sopas congeladas na mala, uma para cada dia, em embalagens individuais com quantidade para os dois, num saco térmico, transferindo-as para o frigorífico no hotel, e no último dia a sopa continuava congelada. Foi uma excelente opção. <div>
<br /></div>
Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-80931061700531844492015-10-12T18:55:00.001+01:002015-10-12T18:55:15.950+01:00Voltar...Agora que desatei o nó, volto a ter fôlego para escrever.<div>
Não sei se escreva sobre o que está para trás, se me centre no que aí vem. </div>
<div>
Talvez opte por fazer o que me vem à cabeça.</div>
<div>
<br /></div>
Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-36196840149994729872015-09-21T10:53:00.001+01:002015-09-21T10:53:21.495+01:00Eu gostava de voltar...Eu gostava de voltar a escrever.<br />
Parece que estou em suspenso, naquilo em que posso carregar no botão "pause".<br />
Uma preocupação deixa-me este nó na garganta, este peso do estômago, este nervoso miudinho. Dou por mim a respirar fundo muitas vezes.<br />
É uma preocupação menor, comparada com outras, mas rouba-me as palavras.Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-16069304156081691542015-06-26T18:43:00.000+01:002015-06-26T18:43:54.442+01:00É mais uma conversa daquelas.Faz hoje uma semana que estive mais de duas horas a conversar com o Miguel na varanda.<br />
Uma conversa sem os meninos por perto faz bem. Coloco as ideias no sítio, choro à vontade, desarmo esta aparência de mãe com super poderes e fico aliviada.<br />
<br />
Passou uma semana e estou novamente com as lágrimas fáceis. Preocupa-me esta estranha hipersensibilidade que se apoderou de mim. Quase tudo me dá vontade para chorar, seja o choro de uma criança pouco cuidada, seja a criança que é abraçada pelo pai enquanto pede um bolo, seja o arguido que, envergonhado, se atrapalha na recolha das impressões digitais, seja o cliente que me mostra como precisa de umas sapatilhas novas, seja o idoso sentado no banco do carro à espera de alguém, seja um bebé que é acalmado com a cantilena da mãe na repartição de finanças.<br />
<br />
Preciso de mais uma conversa na varanda.<br />
<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-59784413955690427472015-06-17T16:26:00.001+01:002015-06-18T16:21:02.954+01:00PenitênciaTenho lido muito. Tenho pensado muito.<br />
Coloco-me muitas vezes na posição do outro e acho-me injusta.<br />
Não sou pior porque, entre aquilo que penso e aquilo que faço, muito fica pelo caminho. Ainda bem.<br />
<br />
Tenho pensado muito. Precisava do conselho de alguém, de um café na esplanada, de um banho de imersão.<br />
<br />
Penso no que fiz de errado, no que faço de errado. Arranjo desculpas para os meus actos.<br />
A culpa, essa, vejo-a como uma neblina nas fotografias de há um ano. Não em mim, curiosamente, mas no destinatário do meu erro. E se é verdade que esse erro é insignificante para a generalidade das pessoas, para mim traduz um peso gigante na pessoa que me julgava.<br />
<br />
Voltei à única cidade que me aperta o peito. A cidade é linda, não há nada de concreto que justifique o que sinto. Mas sinto, sempre, tantos anos depois, a mesma angústia quando lá volto.<br />
O que escrevo agora é mais ou menos como voltar àquela cidade que me aperta o peito. Aparentemente, nada justifica o que sinto, mas sinto. Aposto que se falasse nisto a uma amiga minha, ouviria "deixa-te disso Ana".<br />
<br />
O que queria ouvir era algo diferente. Tenho pensado muito. Penso em quem me poderia dar uma resposta diferente, quem me levasse a neblina. Não estou a ver...<br />
Com a confissão posso eu bem. Não vislumbro, mesmo, é a penitência.<br />
<br />
<br />
<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-69395893900131197222015-06-16T12:38:00.000+01:002015-06-16T12:38:24.451+01:00Santo António - a fotografia em faltaÀ porta da Sé.<br />
Na impossibilidade de percorrer as ruas até ao Castelo, ruas imensas de gente, de música, de riso, enquanto a Aninha dormia no carrinho, parámos à porta da Sé.<br />
Aguardávamos que todos se juntassem para uma fotografia colectiva.<br />
Na mala da máquina fotográfica, presos num laço, dois balões assinalavam, para quem nos perdesse de vista pelas ruas imensas, que estávamos ali.<br />
<br />
Os balões soltaram-se.<br />
Voaram juntos até os perdermos de vista, entre as nuvens espessas e o fumo das sardinhas.<br />
<br />
Um balão da Minnie, outro do Mickey.<br />
Voaram. Presos um no outro.<br />
E foram felizes para sempre.<br />
<br />
[A surpresa do acontecimento não me deu tempo para o registar numa imagem. É a fotografia em falta da noite de Santo António.]Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-72898968282050793532015-06-15T13:06:00.002+01:002015-06-15T13:06:35.107+01:00...Hoje, depois de 3 dias colada a ti, optei por não te dar um beijo antes de sair.<div>
Tu choras, de manhã, quando me vês.</div>
<div>
Como diz o teu irmão, tantas vezes, na corrida entre a sala e a casa-de-banho onde me encontro: "mamã, a mana quer-te". </div>
<div>
Tu choras se eu te falo e depois tenho que voltar à correria dos dias úteis.</div>
<div>
Tu choras porque o meu colo não fica indefinidamente disponível.</div>
<div>
Para evitar o teu choro, optei por não te dar um beijo. </div>
<div>
Fiz mal.</div>
<div>
<div>
Estou verdadeiramente vazia.</div>
<div>
</div>
</div>
Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-39981325390003686752015-05-28T16:03:00.001+01:002015-05-28T16:03:28.042+01:00Ainda no seguimento do último postComentei há uns meses, a propósito de uma ida do Pedro ao Centro de Saúde para uma vacina fora do plano nacional de vacinação, que, agora, só aos 5 anos é que teria nova vacina.<br />
<br />
Um dia destes, pouco depois de fazer 4 anos (sendo que o Pedro domina os números de forma exemplar...)<br />
<br />
"Pedro: depois de ter feito 4 anos, quantos anos vou fazer?<br />
Eu: Então, depois do 4 vem o 5!<br />
Pedro: Não, eu depois dos 4 anos vou fazer 6!<br />
Eu: Não, filho, vais fazer 5.<br />
Pedro: Não vou, porque eu não quero ter 5 anos.<br />
Eu: Porquê?<br />
Pedro: Não quero ir à vacina." Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-74859998017574243832015-05-25T16:32:00.000+01:002015-05-25T16:32:17.678+01:00Um filho de peixe tubarão!Quando eu achava que eu antecipava a vida por planear os eventos com muita antecedência, ainda não conhecia o meu filho Pedro.<br />
O Pedro, sim, antecipa a vida. Para já, acho delicioso. O Miguel acha assustador...<br />
<br />
"Eu: Vou dar estas tuas sapatilhas a um menino do trabalho da avó Mi.<br />
Pedro: Não, mamã, não.<br />
Eu: Mas já não te servem.<br />
Pedro: Guarda para os meus filhos."<br />
<br />
Enquanto arrumava uns sapatinhos da Aninha, já pequenos.<br />
"Pedro: Podes guardar esses sapatos para a irmã do meu filho.<br />
Eu: Como? Para a tua filha?<br />
Pedro: Sim, para a minha filha, irmã do meu filho."<br />
<br />
"Pedro: Os carros não vou guardar para os meus filhos. Os carros vão ser sempre meus.<br />
Eu: Sim, filho, podem ser sempre teus, mas depois vais crescer e gostar de outras coisas.<br />
Pedro: Não, mas os carros é diferente. São sempre meus. Vou ser crescido e brincar com carros!"<br />
<br />
"Pedro: O que é que vais ser quando eu for crescido?<br />
Eu: Vou ser sempre tua mãe.<br />
Pedro: E dos meus filhos?<br />
Eu: Vou ser avó. Avó dos teus filhos.<br />
Pedro: E quando eu tiver um jantar à noite, tu e o papá ficam com os meus filhos?"Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-78298144189415297532015-05-19T17:10:00.000+01:002015-05-19T17:10:10.313+01:00Em jeito de Alberto Caeiro<div>
Todas as semanas ouço na primeira pessoa uma história de violência. Demasiadas vezes a pessoa que me fala é a vítima. Algumas vezes o relato é feito pelo agressor.</div>
<div>
Ouço e faço o meu trabalho.Tento não o levar para casa. Quase sempre consigo.</div>
<div>
Aprendi a gerir o meu nível de tolerância ao sofrimento, à injustiça, à violência, ao erro, ao que é inexplicável aos meus olhos. O meu limite está naqueles casos em que eu tenho mesmo que intervir. Tudo o resto prefiro não saber para lá do que está nas letras gordas de um jornal.</div>
<div>
Eu sei que as coisas acontecem, que há um mundo podre mesmo ao nosso lado, mas prefiro não saber para lá do título principal. As palavras só por si, sem o pormenor de uma descrição detalhada, de um vídeo viral, de um relato feito por uma terceira pessoa, não abalam o meu nível de tolerância e chegam-me para estar alerta.</div>
<div>
É uma forma incompleta de conhecer o mundo? Não. Eu sei que ao virar da esquina estará uma história pior do que tudo o que poderíamos ter imaginado. Eu sei, nada me surpreende. Só não vale a pena aprofundar ou aproximar...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-73932880095268400202015-05-14T16:48:00.000+01:002015-05-14T16:48:24.666+01:00Nem sei bemNem sei bem a que se deve o meu silêncio.<br />
Culpo a falta de tempo, o viver a 1000, mas talvez não seja essa a verdade.<br />
Procuro a culpa como se tivesse que ser sempre assim. Não tem.<br />
O silêncio às vezes faz falta.<br />
Escrever também e sempre sem cumprir o acordo ortográfico.<br />
<br />
Em quase 2 meses de silêncio, escrevo, para não me esquecer mais tarde.<br />
<br />
No dia em que fez 4 anos o Pedro chorou de felicidade. A sensibilidade do Pedro tem este efeito em mim, efeito bipolar, de criar uma criança com os sentimentos à flor da pele, como eu acho que devemos ser, mas que sofre para lá da medida.<br />
<br />
O Pedro e a Ana. O amor dos dois. A relação como sempre imaginei a relação de irmãos. O que fiz de melhor na vida? Já disse isto, mas é mesmo o meu maior orgulho: estes dois, cada um deles, é certo, mas estes dois juntos. [Os primeiros passos da Aninha foram para o Pedro, enquanto se ouvia "Aninha, vem ao mano, vem."]<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2MfBnxFOc3tafdsa7rKmEPqH_jHwbupC9Y2GUAQSPHuXwNuEm0I_iYfksHQp_cbfwdMf1msKd_OQyaq8-6yZysNPwbtzDHjQ9P_h_ndGbOc3kcZBEU6DzW8QSTIBDufKtwgayUxIu1Uk/s1600/102.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2MfBnxFOc3tafdsa7rKmEPqH_jHwbupC9Y2GUAQSPHuXwNuEm0I_iYfksHQp_cbfwdMf1msKd_OQyaq8-6yZysNPwbtzDHjQ9P_h_ndGbOc3kcZBEU6DzW8QSTIBDufKtwgayUxIu1Uk/s320/102.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<br />
As pequenas coisas, sempre as pequenas coisas. Ensino aos meus que as pequenas coisas são muito mais do que o seu tamanho. Compensa sempre ver a reacção gigante do Pedro às pequenas coisas, seja dormirmos os 4 só porque sim em casa dos avós, seja o "pequeno-almoço de hotel" em casa, seja confeccionar e experimentar sabores do mundo porque é disso que se fala na escola.<br />
<br />
A Aninha. Como sempre imaginei a minha filha mulher: determinada, corajosa, reivindicativa e meiga, tão meiga.<br />
<br />
As saudades. De tantas coisas. De tantas pessoas. A sensação, por vezes, de ausência relativamente a quem não devemos. E um sonho.<br />
<br />
[Não sonhei com o meu avô. Não era o meu avô.<br />
Era um velhinho, bonito, com as mesmas características físicas e que trazia o mesmo cheiro do meu avô. <br />
Estávamos num baile e a cada música eu teimava dançar com o mesmo velhinho.<br />
Fechava os olhos e dizia-lhe: só mais uma música, só mais uma.<br />
Enquanto fechava os olhos, o perfume fazia-me jurar que era o meu avô.<br />
Em cada dança o meu avô.<br />
E eu que não me lembro de alguma vez ter dançado com o meu avô.]<br />
<br />
<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-83652134760412822352015-02-25T18:56:00.001+00:002015-02-25T18:56:37.472+00:00Ana Miguel | 365 dias depois <div class="WordSection1">
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.15pt;">
365 dias depois, temos muito
mais certezas, mais respostas. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.15pt;">
A maior
certeza, a mais indubitável de todas, é a de que o amor é como esta nossa
andorinha.Voa alto, voa a pique, faz
acrobacias no ar e encanta, porque não há amor como o de uma família com o
tamanho certo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt;">
O amor é do mundo, como a Ana
Miguel é (d)o mundo, mas regressa sempre a casa, esta casa que é a nossa, esta
casa que é o colo da mamã, as cavalitas do papá ou a mão do mano. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt;">
Tal como a Ana Miguel, o amor hoje
é imenso, amanhã será maior.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt;">
E porque nunca se vislumbra uma
andorinha sozinha, o amor faz mais sentido em bando. Hoje. E sempre.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
21 de Fevereiro de 2015</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 134.6pt;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: always;" /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho44sAgluxUYV4K8_Hy9yG5q7SGq5pwoX6XjyuOlu3nAuYUsMeJS0L18sccFmVavUdzGW6cv5_hIS6DTsxWUOm6lw3V133QEog3DlRcDtwlrT4x3MVXEev9Qr1gSR0nta7qjr4pw4A0y8/s1600/IMG_5262.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho44sAgluxUYV4K8_Hy9yG5q7SGq5pwoX6XjyuOlu3nAuYUsMeJS0L18sccFmVavUdzGW6cv5_hIS6DTsxWUOm6lw3V133QEog3DlRcDtwlrT4x3MVXEev9Qr1gSR0nta7qjr4pw4A0y8/s1600/IMG_5262.JPG" height="213" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 134.6pt;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><br /></span></div>
Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-45654820289107440912015-02-19T17:34:00.000+00:002015-02-19T17:34:36.098+00:00Do silêncio dos dias tristesFica-se em silêncio nos dias tristes.<br />
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A minha avó morreu num dia que deveria ser de alegria. Não estava doente, não houve pré-aviso, não houve tempo. Morreu velhinha.<br />
Entrei novamente no Hospital que me fez nascer. Percorri outra vez as ruas da Póvoa com os meus pais. Voltei à Igreja do Largo do Tribunal. Repetições que se fazem em silêncio.<br />
Entrei na casa dos meus avós pela primeira vez sem que ninguém a ocupasse. Deixei de ter avós vivos. Novidades que se fazem em silêncio.<br />
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Fica-se em silêncio nos dias tristes.<br />
Mas o Padre, que não conhecia a minha avó, mas que a descreveu na perfeição, pediu que algum filho ou neto falasse. Ninguém merecia que eu ficasse em silêncio, nem a minha avó, nem a minha mãe, nem os meus tios, nem os meus primos.<br />
Lembrei-me da fotografia do meu baptizado. A fotografia colectiva à porta da Igreja, os convidados todos, os abraços, os sorrisos. A minha avó não estava. Durante anos não entendia porque é que a minha avó não aparecia na fotografia. Logo a minha avó, que tanto quis que eu fosse baptizada. A minha avó ficou em casa a preparar a minha festa. Fez a comida, o bolo, organizou a mesa. A minha avó era assim: sempre primeiro os outros, sempre tão dedicada, tão querida.<br />
Foi o que nos deixou de melhor, a sua absoluta dedicação. <br />
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<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-49194273235523839632015-01-29T16:28:00.000+00:002015-01-29T16:28:47.554+00:0029 Janeiro de 2015Saí para comprar um objecto que marcasse este dia.<br />
Na procura, ainda disse em voz baixa à funcionária da ourivesaria: "Não é uma questão de sorte, é uma questão de amor."<br />
Talvez não me tenha entendido. Também não me expliquei.<br />
Talvez a razão não coincida com o que disse. Também não importa.<br />
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Hoje é assim que sinto: "não é uma questão de sorte, é uma questão de amor. O amor que sinto por ti não permitiria que fosse outra a notícia."<br />
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<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-27153863117850041542015-01-27T10:41:00.000+00:002015-01-27T10:41:34.011+00:001/2 da minha vidaConstatei ontem, enquanto nos empurrávamos na casa-de-banho minúscula, um a pôr o gel, outra o risco nos olhos, que estamos juntos há metade da minha vida. 9 anos de namoro, 8 anos de casados, 17 anos juntos, sem interrupção. Estou a dias dos 34 e tenho o mesmo amor há 17 anos.<br />
Metade da minha vida.<br />
Uma vida inteira.<br />
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E ainda que não se meça o amor em anos, há uma grandeza enorme nesta constatação. Porque é metade de uma vida inteira, de uma vida inteira.<br />
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[Hoje, amo-te ainda mais.]Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-56687735002774911742015-01-20T17:35:00.003+00:002015-01-20T17:35:54.631+00:00Os cinco sentidos da minha vida | com a Ana MiguelUma imagem: as andorinhas, sempre as andorinhas.<br />
Um cheiro: a quente, não sei mesmo dizer de outra forma, a minha filha cheira a quente.<br />
Um sabor: doce e salgado. <br />
Um som: La valse d'Amélie de Yann Tiersen.<br />
Um gesto (o tacto): a cabeça da Aninha entre o meu peito e o braço, quase na axila, a forma como tão cedo escolheu para adormecer.Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-74377808252839044122015-01-07T19:57:00.000+00:002015-01-07T19:57:32.917+00:00Os cinco sentidos da minha vida | com o PedroUma imagem: a sua pele cor-de-rosa, no meu primeiro vislumbre.<br />
Um cheiro: a mar, porque nasceu junto ao mar, porque é menino de praia em todas as estações do ano.<br />
Um sabor: doce, qualquer doce, porque é a doce que me sabe a sua pele.<br />
Um som: as músicas de embalar, o som dos primeiros tempos (ainda hoje o Pedro chora sempre que as ouve e eu fico sempre neste misto de orgulho pelo filho sensível que tenho e de preocupação também pelo filho sensível que tenho).<br />
Um gesto (o tacto): no colo, o respirar do Pedro junto ao meu peito.Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-50132373869742859112014-12-26T10:45:00.000+00:002014-12-26T10:45:59.717+00:00NatalO Natal foi cheio.<br />
A certeza, agora, enquanto me sento sozinha, na sala, a tomar um pequeno almoço, hoje sem pão, mas com bolo rei. A certeza agora, enquanto tenho tempo para reparar que não há movimento de carros, não há crianças na escola, há céu azul e vento frio. A certeza agora, no silêncio da nossa casa, uma casa que esteve cheia, com família a dormir no chão, com turnos nas refeições. Sou a única que estou acordada mas confesso que não trocava estes minutos aqui, em silêncio, pelo calor do meu quarto. Enquanto procuro ignorar a confusão de brinquedos espalhados, lembro-me do melhor que o Natal me deu. Em tanto, tanto, escolho as palavras do meu filho, as palavras que não sei onde as vai buscar, as palavras que me surpreendem, me espantam, me comovem, e escolho o sorriso da minha filha, o sorriso que me traz segurança, me traz confiança, me dá certezas.<br />
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[Sim, Pedro, vou estar para sempre no mundo.]<br />
[Sim, Aninha, no teu sorriso sempre a minha maior certeza.]Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-56472216713475719262014-12-01T16:32:00.001+00:002014-12-01T16:32:15.855+00:00Os cinco sentidos da minha vida | com o MiguelUma imagem: o arco-íris prateado em Iguaçu.<br />
Um cheiro: flor de ameixieira e orquídeas brancas, o cheiro da nossa casa.<br />
Um sabor: piri-piri, porque não há nenhum outro sabor de que gostemos em igual medida.<br />
Um som: o assobio do Miguel, enquanto "tira" as notas de uma música que acaba de ouvir.<br />
Um gesto (o tacto): os beijos do Miguel na minha testa, que são tudo o que lhe reconheço de melhor: amor, consideração, amparo.Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-82966393590576413852014-11-21T10:02:00.000+00:002014-11-21T10:02:37.496+00:00Os cincos sentidos da minha infância | com os meus paisUma imagem: eu, deitada no colo da minha mãe, ouvindo o meu pai a teclar.<br />
Um cheiro: o cheiro da minha mãe, aquele cheiro que ainda hoje lhe encontro, mude as vezes que mudar de perfume, na curva do seu pescoço.<br />
Um sabor: chocolate, em mais dias do que seria suposto, sempre o chocolate.<br />
Um som: Bolero de Ravel, a banda sonora da minha infância.<br />
Um gesto (o tacto): a minha mão na mão do meu pai, a força com que me agarrava a mão, enquanto corríamos "como uma bala".Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8233288149927639146.post-65725191973195248682014-11-13T18:10:00.000+00:002014-11-13T18:10:07.570+00:00Os cinco sentidos da minha infância | com os meus avósUma imagem: os vidros embaciados pelo calor de tanta gente numa casa pequena.<br />
Um cheiro: já não me lembro do sabor dos bolos da minha avó, mas lembro-me do cheiro de bolo acabado de cozer.<br />
Um sabor: o pão fresco, com manteiga dos Açores, molhado no leite com cevada, tal como a minha avó sempre fez e faz.<br />
Um som: os cascos dos cavalos na calçada ao amanhecer, enquanto eu adiava o levantar na cama dos meus avós.<br />
Um gesto (o tacto): o meu primeiro banho, pelas mãos do meu avô (não tenho uma lembrança minha desse momento, mas ouvir a descrição da minha mãe, recordar a voz do meu avô, contando-me aquele momento, ver as fotografias daquele meu 13º dia - o primeiro banho era tardio, há 33 anos - relembram-me como era especial sentir as mãos do meu avô na minha pele).Anahttp://www.blogger.com/profile/12655906176393863838noreply@blogger.com0