Estamos a 9 dias de nos confrontarmos pela primeira vez com a distância desde que somos 3. Não é uma ida de um dia a Lisboa em trabalho. Não é uma noite em que o Pedro fica com os avós porque temos um jantar tardio. São 2348 km durante 6 dias.
Sei que vai passar num instante, num abrir e fechar de olhos já seremos dois a dar o banho ao pequeno, já seremos 3 à mesa ou no tapete, já terei com quem dividir os “turnos” nocturnos.
Mas desde que a notícia chegou, chegou também o desassossego à nossa casa.
“Não vou conseguir estar longe de vocês tanto tempo!”, foi o que me disse ao telefone.
“De mim vais, já tiveste…” O que um filho faz a um pai, foi no que pensei.
E tem sido isto:
O Pedro come pela primeira vez arroz com prazer, segurando a colher, e, enquanto eu procuro a máquina fotográfica para registar o momento, o Miguel entristece-se por temer perder nesses 6 dias de distância um feito tão grande.
Chegamos ao quarto e está o Pedro de pé, na cama, em equilíbrio, feliz como só as crianças conseguem, e o que me ocorre é como está grande o pequeno, já o Miguel antecipa a tristeza de não ter durante 6 dias um acordar tão bem disposto.
O Pedro agita as pernas e os braços ao ver o pai e a mãe depois de um dia de trabalho. Sabe-me bem ser recebida assim, já o Miguel receia que ao fim de seis dias o Pedro já não o cumprimente entusiasticamente.
Custa-me pelo Miguel. Os meus argumentos não lhe bastam, a minha certeza de que 6 dias passam a correr não o consolam.
E continua a não me sair da cabeça… O que um filho faz a um pai…
E eu estou tão solidária com o Miguel! Não vão sair daqui palavras para ao acalmar, porque eu estaria também num aperto no lugar dele. 6 dias são uma eternidade. E o Miguel tem todo o direito de ficar triste, de ter medo, porque em 6 dias perde-se muito. Não devia dizer isto, mas é a verdade! Mas, não é menos verdade, que é impossível o Pedro esquecer-se dele, e que ele vai voltar e vai ter um filho com mais 6 dias de coisas novas e, tenho a certeza, quando o Pedro o voltar a ver a alegria vai transbordar por aqueles maravilhosos olhos azuis!
ResponderEliminarNão é nada verdade!
ResponderEliminar6 dias vão passar rapidinho.
Eu nestas coisas sou um bocadinho mais descontraída. Noutras nem por isso:)
O meu Vicente esteve com os avós pela primeira vez aos 14 meses. Não quis adiar mais a prenda de anos do Manel, há muito falada e não quis levá-lo connosco para o caos da eurodisney. E ficou com os avós...portanto, longe de pai e mãe. E adorou e ainda nos abraçou com mais força quando nos viu.
Não sei como dizer isso. Não é que ao terceiro ou ao quarto filho se goste menos dos filhos do que se gostava do primeiro. mas obviamente que é diferente. A minha mãe diz que eu aguento bem as saudades porque tenho muito cá em casa com que me entreter:):)
Não sei se voltas ao meu blog mas queria agradecer-te pelo comentário que lá deixaste. Gostei tanto!
Beijinhos
Se eu estivesse no lugar do Miguel também estaria em baixo, mas sei que lido muito melhor com a adversidade. E não sofro por antecipação, mais vale gozar cada minuto do pequeno antes da partida e convencermo-nos de que 6 dias de trabalho, ainda para mais muito intenso, não vão parecer uma eternidade.
ResponderEliminarPor outro lado, já combinei com o Pedro que nesses seis dias não vai aprender nada de novo, não vai andar pela primeira vez nem dizer "golo" ou "Pooorto!"
E Duchess, volto sempre ao teu blog. Também gostei muito de saber que não sou uma "ave rara". ;)
Beijinhos às duas.
Se for para ensinar a dizer Golo do Porto a tia faz as honras!!
ResponderEliminarÓbvio que 6 dias passam a voar e, o que são 6 dias, quando se tem centenas de outros "6 dias" pela frente, mas entendo-lhe a angústia! Tens um marido especial, com uma sensibilidade diferente do comum para a espécie "macho" e isso é bom! Dá-lhe mimo que o pobrezinho está em sofrimento!
Percebo isto que escreves tão bem.
ResponderEliminarSe acontecer aqui em casa tenho a certeza que o meu marido vai andar assim...
E eu sou um bocadinho assim, também.
Agora que o tive de deixar com a avó para ir trabalhar ando sempre a pensar no que estou a perder... E se não vejo isto ou aquilo, e se não lhe descubro o primeiro dente, e se...
Mas é assim que tem que ser, não é?
Beijinho grande e adorei o blog*
Deixei um mimo para ti lá no meu blog.
ResponderEliminarBeijinho enorme*
:):)
ResponderEliminarVai passar rápido!!
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