Esta minha filha é mais minha do que de qualquer outra
pessoa.
Chegou-me de surpresa, contra todas as certezas, contra
todas as probabilidades. Chegou-me num palpite, uma dúvida, numa ânsia, num
teste feito em laboratório sem que ninguém soubesse, num telefonema com o
resultado, numa espera no Tribunal. E naquele momento, num banco em que me
sentei tantas vezes à espera, esperei de outro modo. E sorri, numa emoção muito
mais contida do que da primeira vez, numa felicidade tão mais serena. E numa
confirmação que só era minha.
Era 27, esse número que nos diz tanto, depois de um pedido
no ar quente de um balão de S. João.
E como nos chegou de forma tão improvável, nem o pai
entendeu o que escrevi naquele postal: “hoje, amo-vos ainda mais porque tenho
dois corações em mim”.
Esta minha filha é mais minha. E não o digo em jeito de
reclamar a posse de um amor, em jeito de causar inveja. Sinto-o, sinto-o muito
mais com a Ana Miguel, por tantas e pequenas coisas.
adorei o teu texto!
ResponderEliminarestou tão feliz por vocês...