sexta-feira, 16 de março de 2012
Como nos chega o amor?
Há quem diga que o amor por um filho não chega naquele tom romântico que muitos descrevem, logo após o parto. Há quem diga que se ficciona muito quanto à chegada desse amor.
Não sei como descrever a forma como esse amor por ti chegou. Porque é tão grande que parece existir desde sempre, mesmo antes de ti, de mim, de nós, tão grande que não cabe em palavras.
Sei que te vi de relance, que o teu choro me comoveu, que me admirei com a tua pele cor-de-rosa e que me doeu esperar tanto para te ter junto ao peito. Entre as entradas e saídas do pai para ver se eu estava bem, os meus pedidos para que fosse para junto de ti, o comentário da médica pediátrica quanto ao azul dos teus olhos, o querer eu ver se eram, de facto, assim, lindos, o meu amor por ti chegou de forma ansiosa. Não me preocupei em contar os teus dedos das mãos, só quis sentir a tua respiração perto do meu corpo, porque já não sabia viver sem te sentir tão junto.
O meu amor por ti, meu pequeno Pedro, chegou assim, em espanto, por umas orelhas tão perfeitas, por um nariz tão pequenino, por te termos dado vida.
O meu amor por ti chegou em conflito de emoções. Chorei mais vezes do que poderia imaginar, fiquei calma em momentos em que, supostamente, uma mãe de primeira viagem não ficaria, revelei-me, soube ser feliz com coisas tão pequeninas como contemplar-te, ouvir os teus barulhinhos de mimo, ver-te descobrir o mundo, ouvir-te dizer mamã.
Sou a mesma, mas por ti fiz-me melhor. Não melhor pela qualidade de mãe, mas melhor pessoa. É esse o dom do amor que nos concedeste, fazermo-nos melhores… Contigo, por ti, permiti-me relativizar tudo o que tem menos importância e focar-me no que realmente faz sentido, o estarmos cá, todos nós, tão juntos. Por ti, Pedro, passei a ser ainda mais presente, em ti, no papá, nos teus avós, nos teus tios, nos teus amigos, em todos os que nos são queridos.
Um dia, um avô que não conheceste, escreveu-me “há ilimites que nos moram”. Encontrei-os no teu amor. Os meus “ilimites” estão em ti.
Por isso, meu pequeno, o meu amor por ti chegou assim, sem uma estratégia delineada, sem um plano perfeito, chegou daquilo que são feitos os homens, mas com essa capacidade de ser maior, de ser melhor, de ser o que nunca julgaríamos possível.
1 ano depois e ainda te amo mais.
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Muitos parabéns para o pequeno Pedro, para ti que descreves tão bem como é amar um filho, e que esse vosso amor ilimitado se fortaleça a cada dia.
ResponderEliminarBeijinhos
Lindo, lindo, lindo...
ResponderEliminarBeijinhos
Tão bonito.
ResponderEliminarGosto tanto da forma como escreves. Pões tanto carinho, tanta verdade, tanto amor nas tuas palavras.
Parabéns a ti.
Parabéns ao pequeno Pedro.
Um beijo enorme*
Parabéns aos 3. Família ainda tamanho xs mas que me parece, que com tanto amor para dar, se vai transformar ainda numa família xl.
ResponderEliminarHá ilimites que nos moram. Há ilimites que nos habitam. Há ilimites descobertos quando passamos de filhas a mães. Há um crescer por dentro sem barreiras. Um crescer por dentro que transborda e transborda e transborda.
Muitas felicidades.
Não preciso de te dizer nada, pois não?
ResponderEliminarObrigada, obrigada. Mesmo. Beijinhos a todas.
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