Ontem nasceu mais um amigo do Pedro. Escolheu fazê-lo no mesmo Hospital em que o Pedro nasceu, desconfio, até, que quem o ajudou a nascer foi quem tocou na cabecinha do meu filho pela primeira vez. E como isto me comove…
Sempre tive choro fácil, pelas coisas boas e pelas coisas más, mas desde que o Pedro nasceu coloco uma carga emocional enorme nos acontecimentos que antes apenas me faziam esboçar um sorriso ou um ar de consternação.
E transporto essa carga emocional para as pessoas que, numa situação normal, encararia como meros profissionais, mas que agora os olho de forma especial e que me apetece abraçar pela importância que têm ou tiveram para mim,para nós.
Mas depois vêm as convenções, o socialmente correcto… “Não se abraça um médico, ele só está a fazer o seu trabalho…”
A verdade é que foi a minha obstetra quem viu o meu filho pela primeira vez, quem lhe conheceu, nos primeiros segundos, a cor rosada, quem ouviu de mais perto o seu choro. Fez isto dezenas, centenas de vezes na vida, mas para o Pedro só o fez uma vez. Nunca mais a esqueço, para lá dos beijos que lhe dou à despedida, apetecia-me abraçá-la mais demoradamente, explicar-lhe como fez a diferença, mas talvez não entendesse.
A verdade é que tem sido o pediatra do Pedro que o tem acompanhado nestes meses, que me tem ensinado tanta coisa e que, apesar do seu feitio pouco consensual, me arranca sorrisos e me descansa. Para lá dos beijos que lhe dou à despedida, gostava de lhe agarrar as mãos, como se faz a um familiar, e dizer que sou melhor mãe também por causa dele, mas talvez não entendesse.
Depois deste desabafo, vou comer mais um chocolate, por indicação médica!
Gosto mesmo de te ler.
ResponderEliminarE também sou piegas. E gosto de o ser.
abraço apertado
Obrigada. Também gosto de ser piegas. O PM que não nos leia. ;)
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