segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Não dá para esconder que tens um filho pequeno...#17
Quando encontras um acórdão com 147 folhas espalhado pelo hall de entrada.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Visão bipolar
Eu sofro de visão bipolar!
18 meses depois daquele dia que me trouxe o melhor mas
também um nariz de adolescente (private joke ou nem tanto), não estou satisfeita
com o meu corpo.
4 anos depois de um casamento volto a entrar num vestido
que, quando o comprei para essa ocasião, não me apertava, mas era único. Por
isso não me restou alternativa do que emagrecer para caber nele. E coube! E
como fiquei feliz na altura e como me achei maravilhosa...
E agora que voltei a vestir esse dito vestido, que já não
foi preciso esforço para apertá-lo, não me vi maravilhosa, não senti o mesmo, nem lá perto.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Não dá para esconder que tens um filho pequeno...#15
Quando uma amiga te manda uma mensagem a avisar que deixaste um pára brisas em casa dela!
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#14
Quando é motivo de orgulho e euforia ouvir a palavra "tiângulo" quando a dita forma geométrica se atravessa no caminho.
(sim, isto é mesmo só para dizer que o pequeno, que é pouco dado às conversas, diz triângulo e já agora quadrado, quer para identificar quadrados quer rectângulos).
(sim, isto é mesmo só para dizer que o pequeno, que é pouco dado às conversas, diz triângulo e já agora quadrado, quer para identificar quadrados quer rectângulos).
...
Coube sempre no colo da minha mãe. Em criança, na adolescência,
na vida adulta.
No dia anterior ao nascimento do Pedro adormeci no colo da minha mãe, como em tantas e incontáveis vezes.
Ainda há uns meses me deitei sobre o colo da minha mãe e voltei a dormir.
No dia anterior ao nascimento do Pedro adormeci no colo da minha mãe, como em tantas e incontáveis vezes.
Ainda há uns meses me deitei sobre o colo da minha mãe e voltei a dormir.
O que mudou? Também eu dou colo à minha mãe. Também a vejo
frágil, vulnerável, insegura, como nunca poderia imaginar enquanto criança.
Agora que as notícias são boas, trago comigo esta nova
realidade: sou crescida, sou adulta, sou capaz. Porque se em quem eu sempre
confiei para me amparar se agarrou aos meus braços, sou mesmo capaz.quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Na curva do teu/meu pescoço
A primeira imagem que tenho da minha mãe não é visual. É um cheiro. Lembro-me de ser pequena, pequena mesmo, e de lhe cheirar a curva do pescoço. E cheirava “tão bem”, era assim que eu o dizia. Não era um perfume, era mesmo o cheiro do seu corpo que o meu amor desmesurado transmutava no melhor perfume de sempre.
Acho que com o Pedro também é assim. Sei que me sente, talvez porque me cheira, mesmo sem me ver. É assim de manhã, depois do primeiro leite, quando o dia ainda é pequenino e a luz escassa no quarto. Levo-o para a nossa cama, só para uns minutos de mimo (ao fim-de-semana são bem duas horas) antes do despertador tocar definitivamente e nos trazer à realidade. Se me levanto ouço “mamã?”. É assim no carro, quando me pede sonolento que lhe agarre a mão. Faço-o com custo, porque o Pedro viaja numa cadeira invertida e tenho que me contorcer para lhe chegar à mão. Se outra pessoa, o pai ou alguém que vá atrás com ele, lhe agarra a mão, mesmo com os olhos já cerrados pergunta “mamã?”. É assim no último leitinho, mesmo antes de se deitar, onde me parece dormir melhor, bem junto ao meu peito na direcção desse lugar de cheiros de infância.
Apesar de estar quase diariamente com a minha mãe, já não
lhe encontro esse cheiro da infância. Como se fosse o cheiro de um tempo,
daquele tempo. Mas tenho-o absolutamente presente. Não o reconheço em qualquer
outro lugar, mas ao pensar no colo da minha mãe, sinto-o mesmo aqui, junto ao
meu nariz.
E isso faz-me pensar qual o cheiro que o Pedro reconhece em
mim.
Talvez doce, nessa combinação perfeita de chocolate e amor.
Talvez doce, nessa combinação perfeita de chocolate e amor.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
O que os olhos não vêem...
Ontem foi noite de birras. Nenhum drama, porque o pequeno está na idade disso, porque já li imensa coisa sobre o assunto, porque estou psicologicamente preparada para me manter firme, abraçá-lo quando começa com aquela dança tribal, que até me faz esboçar um sorriso, consolá-lo quando passa para o choro, mas sempre repetindo "não, não se faz isso..."
O motivo? O pequeno não reagiu bem ao facto de lhe inibir esta nova tendência para atirar carros pelo ar, atingindo os mais descuidados, como o caso do meu pé, que já é de fraca qualidade e que por isso não precisava de um downgrade.
O outro motivo? (esta já sou eu a dar numa de psicóloga) As férias acabaram e ontem foi o primeiro dia do regresso à rotina, sem ter os pais permanentemente presentes.
Ora então a cena começa com dois carros, um em cada mão do Pedro, uma contagem interior do género "em 3, 2, 1" (sou eu a ficcionar a coisa, mas parece mesmo), e lançamento de carros.
Eu: Não! (em voz grossa, quase que não me reconheço) Depois já no tom normal: Não se atira os carros para o ar! Estragas os carros, estragas o chão e, sem querer, ainda magoaste o pé da mamã.
Pedro: Inicia a dança tribal, que é uma dança em que sincroniza os pés e os braços, abana-os freneticamente, não saindo praticamente do lugar. Depois chora, chora mesmo, com lágrimas, como se se tratasse da maior injustiça coartar-lhe o jeito que tem para o lançamento de carros.
Eu: Não, filho, não se atira os carros, sempre abraçando-o e falando-lhe com calma.
Take 2: igualzinho, sem a parte de me atingir o pé, porque já estava de sobreaviso.
Take 3: idem, mas agora fica sem os carros. Chora mais. Depois de o serenar, já não estando a chorar, devolvo-lhe os carros.
Take 4: Faz o gesto, como se os fosse atirar, mas diz "não, não" (fofo que só visto), faz segunda vez o gesto, mas sempre dizendo "não, não". Sai da sala, vai para o hall de entrada, achando que estava longe da minha vista e atira os carros sem eu supostamente o ver.
Não fiz nada. Não o repreendi. O que os olhos não vêem o coração não sente... ;)
Não sei se fiz bem, mas a verdade é que o Pedro compreendeu o que lhe disse, não quis deixar de o fazer por mais uma vez, quase numa tentativa de sair vencedor, ainda que no anonimato. Isso acalmou-o, voltou à sala, trouxe os carros e eles passaram a circular rasteiramente.
O motivo? O pequeno não reagiu bem ao facto de lhe inibir esta nova tendência para atirar carros pelo ar, atingindo os mais descuidados, como o caso do meu pé, que já é de fraca qualidade e que por isso não precisava de um downgrade.
O outro motivo? (esta já sou eu a dar numa de psicóloga) As férias acabaram e ontem foi o primeiro dia do regresso à rotina, sem ter os pais permanentemente presentes.
Ora então a cena começa com dois carros, um em cada mão do Pedro, uma contagem interior do género "em 3, 2, 1" (sou eu a ficcionar a coisa, mas parece mesmo), e lançamento de carros.
Eu: Não! (em voz grossa, quase que não me reconheço) Depois já no tom normal: Não se atira os carros para o ar! Estragas os carros, estragas o chão e, sem querer, ainda magoaste o pé da mamã.
Pedro: Inicia a dança tribal, que é uma dança em que sincroniza os pés e os braços, abana-os freneticamente, não saindo praticamente do lugar. Depois chora, chora mesmo, com lágrimas, como se se tratasse da maior injustiça coartar-lhe o jeito que tem para o lançamento de carros.
Eu: Não, filho, não se atira os carros, sempre abraçando-o e falando-lhe com calma.
Take 2: igualzinho, sem a parte de me atingir o pé, porque já estava de sobreaviso.
Take 3: idem, mas agora fica sem os carros. Chora mais. Depois de o serenar, já não estando a chorar, devolvo-lhe os carros.
Take 4: Faz o gesto, como se os fosse atirar, mas diz "não, não" (fofo que só visto), faz segunda vez o gesto, mas sempre dizendo "não, não". Sai da sala, vai para o hall de entrada, achando que estava longe da minha vista e atira os carros sem eu supostamente o ver.
Não fiz nada. Não o repreendi. O que os olhos não vêem o coração não sente... ;)
Não sei se fiz bem, mas a verdade é que o Pedro compreendeu o que lhe disse, não quis deixar de o fazer por mais uma vez, quase numa tentativa de sair vencedor, ainda que no anonimato. Isso acalmou-o, voltou à sala, trouxe os carros e eles passaram a circular rasteiramente.
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