Aos 32 voltei à (minha) casa dos meus pais. Voltei à cozinha
onde fiz um bolo pela primeira vez para fazer o que agora receberia as 3
andorinhas* que simbolizam a minha/nossa vida. Voltei às horas tardias de
conversa, enquanto eu fazia doces, o meu pai tratava dos salgados e a minha mãe
do mimo (a toda a hora). Lá em cima o Miguel e o Pedro deixavam-se adormecer.
Quando subi já nenhum dos meus amores me sentiu, mas de manhã, quando o dia
acordou de Inverno como eu gosto, frio e solarengo, não deixei de lhes dizer
que adormeceram comigo também: afinal aquela é a minha casa, sou eu também.
Aos 32 dormi pela primeira vez com o Miguel e o Pedro na (minha)
casa dos meus pais. As nossas casas estão a 1 minuto de distância a pé. A nossa
casa não estava em obras, não tinha sofrido uma inundação. Aos 32 voltei à (minha)
casa dos meus pais porque o meu pai me pediu. E os dias que me fizeram chegar aos
32 ensinaram-me que não recusamos pedidos simples de quem nos ama. Aos 32 saí de manhã para comprar uma prenda para o meu filho. Porque a sua pouca idade não lhe permite, ainda, perceber que o nosso maior presente não vem envolto em papel de embrulho.
Aos 32 não pedi um desejo. Não me lembrei no momento. Depois
percebi.
Tenho tudo.
*São 3 as andorinhas. Eu/o Miguel/o Pedro. Eu/a minha mãe/o
meu pai. Eu/a minha família/os meus amigos.
Muitos parabéns, Ana. Pelos 32 e pela maneira como dizes, sentes e vês as coisas. É de uma profundidade que me toca muito. Beijinhos
ResponderEliminarParabéns oelos 32. E parabéns pela tua escrita maravilhosa.
ResponderEliminarParabéns!!! ... Não há muito mais a dizer...
ResponderEliminarQuerida Ana, muitos parabéns!
ResponderEliminarA tua escrita, a forma como expões as coisas, o modo como as sentes tocam-me de uma maneira muito especial. E emocionam-me muito.
Obrigada, querida Ana, por isso também*
Obrigada a todas por estas palavras tão doces.
ResponderEliminarBeijinhos.
E só assim se explica a alegria de todos os anos fazer mais um!!
ResponderEliminarQuando soube dessa "dormida" estranhei! Sabia que nao era pelo pequeno almoço ;) Hoje entendi! Concordo :) não se recusava um pedido tão simples a quem amamos!
ResponderEliminarLindo, Ana. Ler- te faz muito bem...
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