Nas pesquisas que ando a fazer para completar um livro sobre a história familiar do Pedro, descobri pequenas coisas sobre os meus (nossos) antepassados que me deixaram comovida.
E são só pequenas coisas...
O meu tretravô era marinheiro.
Eu nasci em terra de marinheiros, a minha infância foi passada com salitre no corpo e maresia nos cabelos. E, ainda assim, o mar nunca me foi muito próximo. Não o é, pelo menos, na minha vida adulta. Há anos que não dou um mergulho no "mar do Norte".
Mas o meu Pedro, ooh, como eu noto que o corpo do Pedro é um corpo de marinheiro, que se atreve nas ondas, que se bate com bravura contra o frio do mar, que se encoraja nas rochas, que apanha peixinhos com as mãos com uma habilidade surpreendente.
Eu sei que o Pedro é uma criança, só uma criança. Que é por ser criança que não teme as ondas nem o frio, que é por ser criança que não tem consciência de que não se pode roubar a água aos peixes e trazê-los na mão.
Mas quando soube que o meu tretravô era marinheiro, num escrito que a minha mãe e a minha avó ignoravam, comovi-me. Porque o que está antes de nós, às vezes, faz tanto sentido...
Talvez o que está antes de nós tenha o sentido que nós lhe queremos dar. Ainda assim, faz todo o sentido. E isso deixa-me mesmo feliz.
:) gosto tanto de te ler, Ana....
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