Ouço muitas histórias dos meus tempos de criança, mas os
meus pais não têm um livrinho, como eu pretendo ter para o Pedro, para registar
as melhores saídas de sempre.
Eu, como criança era como todas as outras: surpreendente!
Como referi no post anterior, acreditei durante muito tempo
que o meu avô tinha o seu rosto pintado na parede exterior do prédio. Ele era
ou não era a pessoa mais importante daquele prédio? Mais tarde percebi que era
o Vasco da Gama, nome escolhido para o edifício.Ao atravessar de carro a ponte móvel de Matosinhos a minha mãe dirigida ao meu pai dizia “olha, Abílio, olha.”, ao que respondi, “mãe, o pai parece cego, mas não é.”
Durante muito tempo acreditei, por sugestão de um tio avô, que a minha mãe já tinha sido preta e portadora de uma bela carapinha e que a mudança se tinha dado quando passou a linha do equador, quando deixou Angola, o país onde nasceu.
Com 3 ou 4 anos caí da altura de um primeiro andar. Rachei a cabeça. O aparato foi grande. A lesão nem tanto. Quando fui encaminhada para o RX, acompanhada pela minha mãe, o médico perguntou-me “o que é me contas?” e eu respondi “a minha mãe tem um sapato de cada cor, um azul e outro preto.” (era verdade, com a aflição a minha mãe calçou sapatos de pares diferentes). O médico disse à minha mãe “ a menina está óptima, não se preocupe.”
Em miúda tinha muita dificuldade em articular a palavra pontapé (não consegui mesmo perceber a dificuldade, mas lembro-me que me saía algo muito estranho). Para evitar constrangimentos, passei a designar o pontapé como o “murro com o pé”.
Desisti do ballet cedo. No final de cada aula havia um momento livre em que supostamente cada menina não obedecia a comandos e expressava livremente a sua criatividade. Numa das primeiras aulas quis ficar sentada no meu momento livre. A professora não entendeu o meu argumento: se era para fazer o que quiséssemos, eu queria fica sentada…
A primeira vez que fui com os meus pais ao continente de Vila Nova de Gaia a viagem pareceu-me longa de mais. À minha mãe também. Disse-lhe, convicta, que estaríamos a chegar porque na placa indicava “Gaia. Despesas.” (na verdade a placa dizia Gaia. Devesas).
Já eras crominha na altura!!
ResponderEliminare não sei o que é que o Miguel pensa de pores o teu filho de vestido em plena internet...
Eu ia dizer o mesmo,fiquei a olhar 2 e 3 vezes para confirmar, a expressão é igual!
ResponderEliminarMuito bom!
ResponderEliminarO Miguel rendeu-se às evidências ;)
ResponderEliminaradorei*
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