sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O meu Pedro de todos os lugares

Eu tenho os meus lugares. O Miguel tem os seus lugares. Aquilo que experimentamos, a forma como nos vestimos, as palavras que escolhemos para nos expressarmos, a música que ouvimos, tudo nos leva aos nossos lugares.

A vantagem de ser criança é que se é de todo o lado. O meu filho é de todos os lugares. Não importa se está num café chique de uma zona in da cidade, num pátio em Miguel Bombarda ou numa tasca na zona Ribeirinha. Não importa se com quem se cruza usa rendas na gola, um fato de treino alternativo ou um pé descalço. E o Pedro, este meu pequeno observador, que vê o mundo e o devora, nem me questiona (e eu estranho) porque é que o pai do Martim tem uma crista ou porque é que o senhor que nos diz para "estacionarmos" um pouco, estando nós a pé, traz os braços e as costas tatuadas.
O meu filho é de todos os lugares. Vejo-o adaptado a todas as pronúncias, a todos os cheiros, a todos os tratos. Aliás, nem é propriamente adaptação, é ser-se criança e pertencer-se à vida e à felicidade e ponto final. Sem que isso esteja, para já, dependente daquilo que para nós adultos é o nosso conforto, a nossa identidade.
O meu filho é de todos os lugares, porque é, antes de tudo, ele mesmo. E eu gosto tanto disso.

2 comentários:

  1. Eu chamo a isto não ter preconceitos....e eu adoro*

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  2. Gosto tanto disso.
    Quero o meu filho assim também.
    Um beijinho enorme*

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