quinta-feira, 29 de maio de 2014

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#31

O meu filho é mesmo uma criança...

Um dia destes, o Pedro oferecia-me a parte amarela de um húngaro (a parte de chocolate comeu-a ele) e eu dizia-lhe: "a mamã não pode, está em dieta"
Pedro: O que é dieta?
Eu: É ter cuidado com o que como, para ficar magrinha.

Dois dias depois...
Pedro: A mamã está em dieta, tem cuidado com o que come.
Eu: Pois é. E para quê?
Pedro: Para ficar grande!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

No melhor o pior

Nesta mais recente maternidade não tive ataques de choro como na primeira, não senti oscilações hormonais que me fizessem parecer bipolar. Nesta mais recente maternidade só chorei por causa do Pedro.
Depois de uma reacção doce durante toda a gravidez, depois de uma reacção eufórica, plena de felicidade, no dia em que conheceu a irmã, o Pedro revelou-se zangado, irritado, furioso até.
Eu contava com ataques de ciúmes contra a Ana Miguel, com retrocessos aqui e ali, mas não contava que dirigisse toda a sua instabilidade contra nós, pais. E nós, que nos desdobrámos para que não sentisse diferença nas rotinas, que nos multiplicámos para lhe dar todo o mimo ( e muito mais), nós éramos para ele o inimigo!
Durante 8 dias o Pedro deixou de dizer, como sempre disse, que me adorava. Durante 15 dias não quis a nossa ajuda no banho, na hora de beber o leite, não quis que participássemos nas suas brincadeiras. Chegou mesmo a dizer que queria que nós fossemos embora e que ele ficava sozinho com a mana.
Tudo isso doeu mais do que podia imaginar, não por pensar que algo tinha mudado na nossa relação mas por ser um reflexo do seu sofrimento imenso.
O Pedro deitou-se várias vezes a chorar e ele não sabe que, enquanto lhe apertava o corpo contra o meu e lhe beijava a testa, também eu me deitava a chorar.
O pior já passou e gosto de pensar que as coisas voltaram à normalidade. Mas há retrocessos num dia ou noutro. São esses dias que me lembram que o melhor que pude fazer pelo meu filho lhe trouxe também o pior. São esses dias que não me fazem esquecer que os dias mais felizes da minha vida foram também os mais duros.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dos sorrisos de sexta-feira

Na sexta-feira passada saí a sorrir da casa dos meus pais. O meu almoço rápido na casa que ainda é minha e o almoço mais demorado da minha pequena (porque é sempre mais demorado se o faz directamente da fonte) podiam ser a razão, mas não. O sol e a temperatura amena, a proximidade do fim-de-semana podiam ser a razão, mas não.
Saí a sorrir por causa dos meus pais. Pelo amor que lhes vejo em tantos gestos, pela dedicação que lhes encontro no jeito com que também criam os meus filhos e pela harmonia que lhes sinto, a dois, quando os netos estão por perto.
Nessa sexta-feira, durante o meu almoço rápido, o meu pai colava cromos numa caderneta para o Pedro e a minha mãe embalava a Ana. Porque a colecção dos cromos ainda vai a meio, o meu pai adiantou que sairia, quando eu saísse, para comprar mais carteirinhas de cromos. E eu sugeri que o meu pai deixasse o carro em casa e fosse a pé, levando o carrinho da Ana e a minha mãe a seu lado.
E assim foi, na sexta-feira passada, os meus pais saíram a pé (quem conhece o meu pai sabe que tal é um feito!), lado a lado, empurrando a minha filha no carrinho. Sorriam os 3. Sorria também eu.