quinta-feira, 31 de maio de 2012

Das pessoas verdadeiramente bonitas (análise do ponto de vista meramente estético)

No seguimento de uma conversa ao jantar com o Miguel, surge este post. Pura constatação sem utilidade nenhuma (quem quiser pode parar de o ler agora mesmo).

...
A passagem dos anos vai fazendo bem e fazendo mal à beleza das pessoas. Varia.
Excepto (muito) raras excepções, nunca acho um bebé recém-nascido feio, porque me encantam as orelhinhas minúsculas, o nariz arrebitado, a serenidade, o cheiro, os barulhinhos.
O tempo vai passando e começam-se a notar os traços da beleza ou não que calhou àquela criança. E aí sim, já consigo notar quem é bonito e quem é feio, sendo certo que, se a criança for simpática quase que a acho bonita porque é irresistível a imprevisibilidade do que lhe sairá pela boca.
E depois vem a adolescência e é aí que a coisa descarrila. É que, do meu ponto de vista, mesmo o adolescente que foi uma criança bonita, deixa de o ser. As borbulhas na cara, o andar desengonçado, o nariz e a boca que parecem que crescem (falo por experiência própria, o meu nariz na adolescência era mais largo, à semelhança do que me aconteceu no final da gravidez), os devaneios na forma de vestir…
Só que as pessoas verdadeiramente bonitas são-no na mesma na adolescência. Conheço algumas para quem a adolescência não lhes causou mossa na beleza. Como é que isso se vê? Quando olhamos para as fotos dessa época e não vemos grandes diferenças relativamente às mulheres e homens em que se transformaram.
Para os outros que não cabem nessa classe privilegiada, a passagem à vida adulta traz uma beleza que se consegue com uma pele mais limpa, com um arranjo de sobrancelhas, com um corte de cabelo, com uns trapinhos mais aceitáveis.
E por fim, já adultos, as pessoas verdadeiramente bonitas ficam bem de qualquer maneira.
Tenho uma colega de profissão, com quem não tenho nenhuma relação pessoal, pelo que a minha visão não está deturpada por qualquer ligação de amizade, que, sempre que a vejo, está impecável. Mãe de 3 filhos e uma peça da Zara parece nela algo da alta costura. Um cabelo lindo, perfeito, que não se deve despentear nem durante o sono. Uma cara sem imperfeições que me faz questionar que corrector de olheiras usará. Uma postura irrepreensível, que até de fato de treino, deve impor respeito.

E foi isto que me veio à cabeça. Já passou.

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#10

Quando a simulação do reembolso de IRS nos dá óptimas notícias, numa época em que toda a gente se queixa que vai pagar ou receber menos! 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Meu amor Miguel

Estivemos juntos mesmo antes de nos conhecermos.
Cruzei-me várias vezes contigo quando ainda era outra a namorada que levavas a casa.
Depois, um jogo de futebol levou-nos a iniciar uma amizade.
Antes, quando ainda tinhas pera e não usavas gel.
Chorei no teu ombro por outro que queria como namorado.
E um dia, sem conseguir explicar, numa queima das fitas, tentei mostrar-te que afinal era de ti que eu gostava.
Errei. Não foi o sítio certo. E essa minha mania de dizer as coisas por palavras mais dúbias, essa minha mania dos segundos sentidos das frases e das coisas, essa minha mania de carregar emoções naquilo que tu, como verdadeiro “engenheiro” que és, não alcanças.
Errei, mas chegamos lá.
E podia eu imaginar que tantos anos depois seríamos família…
Ainda namorávamos e num aniversário, quando ainda não tinhas passado à decada dos 30, dei-te um presente que ainda hoje me orgulha. Um livro com dezenas e dezenas de páginas, para te escrever em cada aniversário. Nesse presságio de que iríamos ficar juntos por muito e muito tempo, que seria grande o nosso amor, tão grande que encheria um livro. Olho para ele e hoje já tem tantas páginas escritas.
Olho para trás e vejo tanto.
Vejo rosas brancas, amor em cartas, primeiras viagens, beijos, promessas cumpridas, colares repetidos, surpresas, troca de abraços, um “amo-te muito” a cada noite, mãos dadas, choros partilhados… um filho.
E, tal como quando te dei aquele livro pelo teu aniversário, olho para a frente e vejo tanto.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Só para dizer que o post anterior poderia ter como título:
Quando for grande quero ser...uma vencedora do euromilhões!

Quando for grande quero ser... outra coisa qualquer

Hoje precisava de mudar de profissão.
Estou exausta pela responsabilidade, pelo peso do erro de falhar, pelas voltas e voltas da minha consciência.
Hoje precisava de chorar, só um bocadinho.
Mas não me deixam.
E pior, ninguém me entende.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu, a espécie rara.


Pensei muito antes de publicar este post, porque é algo de muito pessoal e porque a minha perspectiva e experiência sobre a questão são muito diferentes de tudo o que tenho visto escrito ou dito. Acho, até, que o que escrevo é, mesmo, politicamente incorrecto, porque não se esperam palavras destas vindas de uma mãe… ou direi mulher ou direi as duas coisas?

Li no blog da Ana Melancia um post que se iniciava com uma frase do Eduardo Sá:
“É fundamental que a relação amorosa dos pais esteja em primeiro lugar, antes da relação dos pais com as crianças”.

Comentei o post, dizendo que discordava, porque o que penso é que cada uma das relações devem andar lado a lado, devem pesar-se uma e outra de forma equitativa e não dar mais importância a qualquer uma delas.
Entendo, tal como a Ana respondeu ao meu comentário, que o que o Eduardo Sá pretendia era alertar para o facto de, recorrentemente, se descurar a relação do casal pelo embriagamento de sentimentos que um filho nos traz, mas, mesmo assim, acho que a frase merecia uma reformulação.
Certo é que o aviso faz sentido porque já pude constatar, tantas vezes, neste universo enorme de mães e pais que conheço, que na generalidade das vezes a relação do casal sai desfalcada perante a relação com os filhos.

Mas é aqui que entra a espécie rara: eu!

De todas as vezes que o assunto foi abordado, sempre senti que o primeiro lugar do pódio ia para a relação com os filhos, mas que disso se queixavam os pais (diga-se, os homens) e não as mães. Ou seja, que o amor imensurável de uma mãe pelo filho abafava aos poucos a relação do casal.
No meu caso foi ao contrário.
Quem se sentiu incompreendida por uma ausência que não esperava, quem se queixou desta sensação de afastamento, quem não aceitou passivamente o desequilíbrio das relações fui eu.
Por vezes, equacionei, até, se o meu amor pelo meu filho, que me parecia tão genuíno, tão das entranhas, não o seria afinal, por não me satisfazer na plenitude, por ainda assim ter saudades de um tempo em que eramos dois.
E foi esta espécie rara que insistiu para marcar um jantar a dois, um ou dois meses após o nascimento do Pedro, que insistiu para que o Pedro ficasse uma noite com os avós, que se deu conta que 10 meses depois ainda nem tínhamos ido ao cinema…
Aos 14 meses do Pedro, sinto mudanças, mas este sentimento de espécie rara está-me agarrado. Porque nunca ouvi nenhuma mulher queixar-se disto, nunca vi nenhuma mulher lutar tanto para que as relações se equilibrassem.

É, posso ser espécie rara, mas, para lá de transparente, a minha persistência tem vindo a dar frutos. E é o que importa.  

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#9

Quando entro numa sapataria e as minhas atenções não vão para os tacões altos mas para as sabrinas.

Desabafo


Hoje encontrei uma (recém) mamã, com um filho de 7 meses. E a vontade manifestada de ter já outro.

Tal como eu o senti. Entre os 6, 7, 8 meses do Pedro, quando o pequeno já me escapava das mãos, quando os ritmos estavam estabilizados, quando já tinha passado tempo suficiente para não me lembrar das coisas menos boas, apetecia-me ter já outro bebé nos braços. A médica não deixou. Ainda bem!

Quase aos 14 meses do Pedro, não imagino onde arranjaria energia para carregar uma barriga de grávida! A minha energia esgota-se nos seus passos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Rescaldo de um dia que também é meu

Vai uma grande distância entre tudo aquilo que disse à minha mãe e aquilo que o Pedro, ainda, não me consegue dizer…
A distância é grande nas palavras. No resto não sei. Espero que não. Faço para que não o seja todos os dias.

Para já, gosto de pensar que o meu filho, quando cheira a curva do meu pescoço, como eu o fiz tantas vezes à minha mãe em criança, não encontra cheiro melhor.