quarta-feira, 28 de março de 2012

Um cheirinho...

Coisas que marcaram 2011

Este desafio foi-me lançado duplamente pela Sara do Vestido Preto e pela Princesa do Whatewer tomorrow brings i’ll be there.
Respondo com atraso, porque os dias têm sido cheios…
Há ainda outros desafios a que darei resposta, prometo.

2011 foi o ano das nossas vidas.

Pensei nos factos mais importante desse ano e todos os pensamentos me conduziam ao Pedro, com excepção do nascimento do seu irmão/primo e da morte da sua bisavó.

2011 foi o ano das nossas vidas por causa do Pedro. Tudo parece algo repetitivo, mas é nisto que o amor maior nos foca…

1)21 de Janeiro de 2011
Conclusão do quarto do Pedro. Sabíamos como seriam os móveis, as cores, tínhamos sido nós a escolher as peças mais importantes, mas foi surpreendente o resultado final. Não conheço sítio mais doce, mais sereno, mais inspirador do que o quarto do Pedro. Entrar nele pela primeira vez trouxe-me uma comoção estranha: estava à imagem de quem ainda não conhecia em carne e osso, mas sabia que era um quarto próprio dos sonhos, da fantasia, das histórias de príncipes. E foi isso que a vida nos trouxe: um príncipe, um sonho…

2) 2 de Fevereiro de 2011
Cheguei aos 30 anos gravidíssima. Não podia ter sido melhor.
Na altura escrevi assim:
“São doces os 30 anos. Corre-me açúcar no sangue, sinto mel nos olhares e nos sorrisos, saboreio em contínuo um chocolate que insiste em não derreter… São doces os 30 anos, por aquilo que revelam de um passado de algodão doce, pela plenitude deste presente tão intenso e pela perspectiva de um futuro de novos sabores…”

3) 7 de Março de 2011
O Carnaval mais volumoso de sempre! Máscara perfeita: Obelix!

4) 10 de Março de 2011
Nascimento do Diogo. Tenho um post a 10 de Março de 2012 sobre este dia tão importante. Acrescento ao que já escrevi o telefonema de uma amiga, um telefonema que não esperava, porque nem sequer tínhamos o hábito de conversar ao telefone, e que ainda hoje recordo com grande gratidão. Num dia de tanta felicidade, lembrou-se do Diogo, da Ana e do Pedro, mas lembrou-se também de mim, por saber que também para mim era “o” dia.

5) 14 de Março de 2011
Última (soubemos nós nesse dia) consulta antes do nascimento do Pedro e a notícia, que muito me entristeceu, de que teria que ser por cesariana. “Escolhemos” o dia 16. Rapidamente deixei de pensar na contrariedade do plano B e gozei muito os últimos dois dias de gravidez.

6)16 de Março de 2011
Nascimento do Pedro. A razão de 2011 ser o ano das nossas vidas e o início do resto das nossas vidas.

7) 19 de Março de 2011
O dia do pai com muito mais sentido. O regresso à casa que nos conhecia a 2, mas que agora nos recebia a 3.

8) 7 de Abril de 2011
Sessão fotográfica com a Sónia Brito.
Adoro fotografia, tenho milhares de fotografias do Pedro, mas este trabalho trouxe-me uma visão mais fundamentada da “perfeição” do meu filho.

9)14 de Maio de 2011
Primeiro mergulho do Pedro.Uma das suas actividades preferidas, que experimentou bem cedo, com apenas 2 meses.

10)28 de Dezembro de 2011
Morte da minha avó paterna. Como ninguém devia morrer, sozinha, em casa, sem ninguém por perto, algo que, infelizmente, se repete nos dias de hoje. O que me consola? 5 dias antes, tinha estado lá em casa e senti-a bem, feliz.

segunda-feira, 19 de março de 2012

19/03

Os beijos que dá ao Pedro sem solicitação, as lágrimas que lhe correram no dia do aniversario do Pedro, o orgulho que demonstra por habilidades que qualquer bebé faria, o que vai confidenciando à minha mãe e que é amor ... fazem do meu pai um excelente pai, por ser um avô ainda melhor. 

E ao Miguel, o que dizer? 
Que se revelou apesar de todas as minhas elevadas expectativas, como se pai tivesse sido a vida toda.
Que o Pedro não o quereria de outra forma...

E tudo isto a 19 de Março, um ano depois de regressarmos a casa a 3.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Como nos chega o amor?


Há quem diga que o amor por um filho não chega naquele tom romântico que muitos descrevem, logo após o parto. Há quem diga que se ficciona muito quanto à chegada desse amor.
Não sei como descrever a forma como esse amor por ti chegou. Porque é tão grande que parece existir desde sempre, mesmo antes de ti, de mim, de nós, tão grande que não cabe em palavras.
Sei que te vi de relance, que o teu choro me comoveu, que me admirei com a tua pele cor-de-rosa e que me doeu esperar tanto para te ter junto ao peito. Entre as entradas e saídas do pai para ver se eu estava bem, os meus pedidos para que fosse para junto de ti, o comentário da médica pediátrica quanto ao azul dos teus olhos, o querer eu ver se eram, de facto, assim, lindos, o meu amor por ti chegou de forma ansiosa. Não me preocupei em contar os teus dedos das mãos, só quis sentir a tua respiração perto do meu corpo, porque já não sabia viver sem te sentir tão junto.
O meu amor por ti, meu pequeno Pedro, chegou assim, em espanto, por umas orelhas tão perfeitas, por um nariz tão pequenino, por te termos dado vida.
O meu amor por ti chegou em conflito de emoções. Chorei mais vezes do que poderia imaginar, fiquei calma em momentos em que, supostamente, uma mãe de primeira viagem não ficaria, revelei-me, soube ser feliz com coisas tão pequeninas como contemplar-te, ouvir os teus barulhinhos de mimo, ver-te descobrir o mundo, ouvir-te dizer mamã.
Sou a mesma, mas por ti fiz-me melhor. Não melhor pela qualidade de mãe, mas melhor pessoa. É esse o dom do amor que nos concedeste, fazermo-nos melhores… Contigo, por ti, permiti-me relativizar tudo o que tem menos importância e focar-me no que realmente faz sentido, o estarmos cá, todos nós, tão juntos. Por ti, Pedro, passei a ser ainda mais presente, em ti, no papá, nos teus avós, nos teus tios, nos teus amigos, em todos os que nos são queridos.
Um dia, um avô que não conheceste, escreveu-me “há ilimites que nos moram”. Encontrei-os no teu amor. Os meus “ilimites” estão em ti.
Por isso, meu pequeno, o meu amor por ti chegou assim, sem uma estratégia delineada, sem um plano perfeito, chegou daquilo que são feitos os homens, mas com essa capacidade de ser maior, de ser melhor, de ser o que nunca julgaríamos possível.

1 ano depois e ainda te amo mais.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre a arte


Mais um selo, este oferecido pela Princesa, com o desafio de descrever o que é a arte. Obrigada.
Para mim, é a capacidade de conferir uma dimensão própria dos sonhos a qualquer forma de expressão.

Já me referi muitas vezes ao facto de sentir falta de ter essa capacidade de subir a um palco e de provocar a exclamação que vivo quando assisto a um concerto especial, a uma peça de teatro admirável, uma exposição bem conseguida, ou quando leio um livro excepcional.
Fazem-me falta os aplausos, não como necessidade narcisista, mas como forma do mais humilde reconhecimento.
30 anos depois consegui-o.
Com o Pedro cheguei lá. O brilho dos seus olhos é pura obra de arte, o seu dedo esticadinho, o seu queixo, o seu beicinho, o seu riso, a sua conversa… tudo é pura obra de arte. E sinto os aplausos a cada passo, os meus, o dos outros, de familiares e até de desconhecidos. E que bem que sabe…

Passo este selo a 3 blogs que sigo e cujas autoras lidam de perto com a arte, as duas primeiras mais literalmente do que terceira:
Pitú – Pitu Golden Days
Sara – Vestido preto
Melancia – 1 conto de 3

Palmas para as três!

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#6

Quando vamos a um evento importantíssimo e 10 minutos depois temos as collants cheias de foguetes!

sábado, 10 de março de 2012

Diogo

Faz hoje um ano que o primo/irmão do meu Pedro, o meu (também) Diogo, nasceu.
Faz hoje um ano que a minha amiga/irmã conhecia um amor maior.
Faz hoje um ano que eu o vivia de perto, porque a vida assim quis.
Engravidámos com poucos dias de diferença, contámos as semanas de gravidez lado a lado, exibimos as barrigas juntas, fizemos a preparação para o parto a 4.
No dia 10 de Março de 2011, ao saber que as águas da Ana tinham rebentado, que deu tempo para ir a casa buscar as malas e tomar um banho, de ir sem pressa para o Hospital, que poderia ligar-lhe à vontade porque iria demorar,que pouco depois já não atendia o telefone, que o Pedro me dizia que já estava quase, que o Diogo tinha nascido e que era lindo, sentia uma comoção indescritível, uma felicidade avassaladora, uma ansiedade saudável por saberque estaria a dias de passar pelo mesmo.
Aquele dia foi também um bocadinho meu. Era como se aquela história fosse a minha, fosse a antecipação do momento em que também nós teríamos o Pedro no colo. Não foi exactamente assim, porque 4 dias depois soubemos que teríamos que recorrer ao plano B para ver o Pedro nascer (cesariana).
Mas vivi esse dia 10 como se fosse o meu. Talvez seja a descrição de parto que mais tenho presente e orgulho-me dela. Era assim que eu queria que tivesse sido o meu. Não foi possível, talvez nunca seja, mas consola-me ter vivido de perto esta história.
Recordo, também, a ansiedade e a comoção do Miguel, atropelando as palavras, por tanto querer descrever-me o que o Pedro lhe tinha descrito. Lembro-me perfeitamente de repetir “deve ser maravilhoso”.
Por tudo isto, por tudo o que nem cabe aqui, neste texto, hoje o dia é também um bocadinho meu, um bocadinho nosso, meu, do Miguel, do Pedro, da Ana, do Pedro e do Diogo.

Para ti, meu sobrinho/filho, que continues feliz e perto.

sexta-feira, 9 de março de 2012

A propósito da pieguice de que tanto se fala...

Ontem nasceu mais um amigo do Pedro. Escolheu fazê-lo no mesmo Hospital em que o Pedro nasceu, desconfio, até, que quem o ajudou a nascer foi quem tocou na cabecinha do meu filho pela primeira vez. E como isto me comove…

Sempre tive choro fácil, pelas coisas boas e pelas coisas más, mas desde que o Pedro nasceu coloco uma carga emocional enorme nos acontecimentos que antes apenas me faziam esboçar um sorriso ou um ar de consternação.
E transporto essa carga emocional para as pessoas que, numa situação normal, encararia como meros profissionais, mas que agora os olho de forma especial e que me apetece abraçar pela importância que têm ou tiveram para mim,para nós.
Mas depois vêm as convenções, o socialmente correcto… “Não se abraça um médico, ele só está a fazer o seu trabalho…”

A verdade é que foi a minha obstetra quem viu o meu filho pela primeira vez, quem lhe conheceu, nos primeiros segundos, a cor rosada, quem ouviu de mais perto o seu choro. Fez isto dezenas, centenas de vezes na vida, mas para o Pedro só o fez uma vez. Nunca mais a esqueço, para lá dos beijos que lhe dou à despedida, apetecia-me abraçá-la mais demoradamente, explicar-lhe como fez a diferença, mas talvez não entendesse.

A verdade é que tem sido o pediatra do Pedro que o tem acompanhado nestes meses, que me tem ensinado tanta coisa e que, apesar do seu feitio pouco consensual, me arranca sorrisos e me descansa. Para lá dos beijos que lhe dou à despedida, gostava de lhe agarrar as mãos, como se faz a um familiar, e dizer que sou melhor mãe também por causa dele, mas talvez não entendesse.

Depois deste desabafo, vou comer mais um chocolate, por indicação médica!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mais uma razão para comer chocolate

Marido longe.
Muito trabalho.
Os 8 braços do polvo não chegam. Nem lá perto.
Deprimo ou como chocolate?
Sim, claro, como chocolate.