quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um dia melhor do que o outro

Tenho tido dias infernais.
Ontem o dia começou mal e acabou pior (para todos nós penso eu...)
Hoje a vida compensou-me.
Ganhei uma causa. Mais do que isso, um pai "ganhou" uma filha. Como sempre deveria ter sido...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

...

Esta semana iniciou-se com a notícia da morte de uma colega de profissão. 41 anos. Pais e marido inconsoláveis. Há uns 2 anos teve uma gravidez que chegou ao fim, mas nunca teve o seu bebé com vida nos braços.
E entre tantas conversas sobre a injustiça da vida, do que não se espera, do incompreensível, ouvi “ainda bem que o bebé não nasceu, que dor ficar sem mãe tão pequeno, como seria difícil para aquele marido (pai) criar o filho”.
E disse eu, de rajada, “ainda mal”. Logo me vindo à memória um período difícil que vivi pouco depois de ter casado.

Sou filha única. Coube-me a mim receber sozinha o amor imenso dos meus pais, as suas expectativas, os seus planos.
Saí pela primeira vez de casa dos meus pais quando casei. Os preparativos do casamento, a felicidade pós lua-de-mel, a vida nova, tão nossa encheram-me a alma durante algum tempo.
E depois veio uma tristeza. Não por ter saudades de viver com os meus pais. Não por não ser feliz com o Miguel. Aliás, ao contrário do que muitos esperavam por ser filha única e muito ligada aos meus pais, adaptei-me muito bem à minha independência e à nossa vida a dois.
Veio uma tristeza diferente.
Não sei como isto se diz de outra forma, mas a tristeza de morrer e de fazer falta aos meus pais. Não tanto ao Miguel, não tanto à minha família alargada, não tanto aos meus amigos. Porque para todos eles existiria sempre algo ainda, existiria futuro, vida pela frente, mais amor, mais amizade.

E o que restaria aos meus pais?
O que resta a qualquer pai, em que vê no seu filho uma extensão do que é, quando este lhe falta? Nada. Não resta nada.
E pensava muito nisso por não ter, ao tempo, ainda, descendência. De mim, ao tempo, se algo me acontecesse, só ficariam memórias.

Hoje vivo mais serena relativamente a esse receio, porque hoje existe o Pedro. E nele estou eu também.

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#12

Quando a nossa cadela, numa semana, já engoliu um peixinho de borracha e um caranguejo com íman (curiosa é a preferência por animais marinhos...)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Os meus santos e as minhas "ambiguidades"

Devo ser a descrente com mais santinhos que existe por aí.

Lembrei-me disto porque hoje é dia de Santo António e porque se aproxima o baptismo da minha afilhada Maria.
Não tive educação religiosa. Os meus pais não são religiosos, apesar de desconfiar que o meu pai é crente (não fala em Deus mas sinto-lhe fé em algo que define como para lá de nós).
No entanto, as minhas avós sempre foram católicas e praticantes, pelo que me habituei cedo a alguns rituais, a alguns costumes. E a respeitar.

Quando fui convidada pela primeira vez para madrinha, do meu já tão grande Gonçalo, senti uma comoção enorme por ver nesse papel o reconhecimento de que somos importantes para quem nos convida e pelo dever que nos confiam de assumir um amor maior por aquela criança.
Só depois me confrontei com a necessidade de esse papel passar também por uma formalização que não era compatível com a minha descrença. O que me preocupou, não por achar que estaria a ser hipócrita por jurar perante um padre algo que nunca iria fazer, porque nunca poderia transmitir ao Gonçalo algo em que não acredito, mas por recear não estar à altura daquele formalismo. Estive à beira do pânico porque foi um baptizado singular e eu estava mesmo ali à frente, todos os olhos em mim, e eu sem saber benzer-me ou rezar, e o padre a fazer perguntas…
E quando digo que não me senti hipócrita, digo-o com sinceridade, porque o Gonçalo sabe que as juras que lhe fiz, logo que o ouvi pela primeira vez, foram juras de um amor maior, que está para lá de qualquer crença.

Aliás, o meu marido também não é religioso, mas se o fosse, independentemente do seu credo, se manifestasse vontade de casar segundo um determinado ritual, fá-lo-ia sem qualquer hesitação, porque concebo entregar-me a uma formalização religiosa simplesmente porque estamos a falar de amor.
E, quando eu e o Miguel fomos convidados para padrinhos da Maria, já sabíamos que nos iríamos confrontar com esta necessidade de aparentar o que não somos, mas isso, mais uma vez, por um amor maior que justifica tudo.

E digo mais. Não sendo religiosa, quando a vida me leva a uma igreja, por um casamento, por um funeral, estou absolutamente atenta porque procuro retirar das palavras de alguém que de mim tanto se distancia, o que em todas as religiões ou descrenças existe em comum.
Mas voltemos aos santinhos.
Hoje é dia de Santo António e, sendo descrente, tenho um busto deste santo na minha sala. Chegou a minha casa por mero acaso e, só depois de lá estar, é que me foi oferecido. E adoro-o. Pelo simbolismo. O Santo António é o santo casamenteiro e para mim representa essa união. Faz sentido na nossa casa, por isso, aí ficou em lugar de destaque.
Na minha carteira dos documentos trago um Santo Onofre e uma Nossa Senhora do Ó, ambos oferecidos pela minha avó paterna, o primeiro há muitos anos, a segunda quando engravidei, bem sabendo que era descrente. Mas ela, que em tanto nos santos confiava, ao oferecer-mos, deu-me a sua (da minha avó) confiança, a sua protecção, e, por essa razão, nunca os tirarei da carteira.

O meu filho tem um terço oferecido pela tia Aninhas, que guardo numa caixinha no seu quarto. Quando mo deu, disse-me “eu sei que não acreditas”. E eu interrompi-a e disse-lhe “basta-me que tu acredites para saber o que este terço representa para o meu filho”
“...representa o teu amor”.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dar-me ao trabalho


Pré-aviso: este post é algo (muito) imodesto, mas depois de uma conversa com a minha secretária e de um telefonema de um cliente que me acabou por tratar por “meu anjo”, não resisti.
Em resposta a uma pergunta da Mum’s the boss no seu blog sobre a nossa “missão” por cá, acabei por escrever que era mesmo boa a “dar-me ao trabalho”.

E sou.

Profissionalmente, esfarrapo-me quando tem que ser, mesmo que não tenha qualquer compensação monetária por isso. Causas grandes ou causas pequenas recebem exactamente o mesmo empenho, se é de justiça que estamos a falar. Se a questão estiver relacionada com crianças, vou ao limite, ao limite mesmo, não deixo nada por fazer, procuro tudo, vou para lá do politicamente correcto para que não fique eu com um problema de consciência que poderia ser evitado com uma decisão mais célere.
Aos meus familiares, nunca nego um beijo, um abraço, um mimo. Escrevo-lhes muito, para que um dia, quando cá já não estiver, o meu amor se continue a manifestar através das minhas palavras. Mesmo ao meu pai, que é feito de outra massa, tão diferente da minha, a quem preciso de arrancar um beijo, para lá do abraço e do beijo a cada dia, lhe vou dizendo, de quando em quando, que o adoro, para que se habitue a este amor dito e não contido.

Ao meu amor Miguel, pelo amor em pormenor que lhe vou revelando desde há 13 anos. E sempre me surpreendo com esta capacidade de reinventar o amor em pequenas coisas, nem que seja na surpresa das surpresas que lhe rouba lágrimas ou numas meias novas pelas que rasga a cada semana.
Ao meu amor Pedro, pelas promessas que lhe faço em silêncio, por continuar a brincar mesmo quando os meus olhos insistem em cerrar tal o cansaço, por procurar dar-lhe a conhecer o mundo, num mergulho de piscina, num movimento teatral, no cheiro da terra, nos sons dos patos, do piano, da guitarra, no girar das rodas, na colher de gelado dos mais diversos sabores, no rebolar do chão, ainda que se suje tanto que não me deixe dúvidas de que as nódoas persistirão (ainda não foi inventado detergente tão eficaz) mas que é feliz e que nada do que é bom na vida lhe é negado.

Aos meus amigos, dou-me ao trabalho de lhes mostrar como é rara esta amizade que nos calhou, fica dito nos abraços, nos beijos, nos postais, nas cartas antigas, nas sms sem especial razão, nos lanches, nos jantares, nos almoços de Domingo, nos risos, nos choros.

Aos meus outros familiares não tão próximos, quando planeio uma surpresa daquelas, perfeita mesma, bem sabendo que quem o devia fazer não o faria, bem sabendo que por mim não haveria tanto empenho.
Aos outros, que não me são nada, dou-me ao trabalho quando acho que o merecem, seja ao arrumador de carros que foge de mim para não me pedir moeda, mas que um dia precisou de ajuda, seja à neta do sapateiro, que, de outro modo, não teria um ovo de chocolate na Páscoa.

Aos animais, pelo cuidado que lhes dediquei sempre que me caíram nas mãos. É uma coisa mesmo curiosa, mas parece que tenho uma certa queda para salvadora de bichos: já salvei um gato que caiu da chaminé de uma casa de férias no Algarve, um melro que caiu do ninho antes do tempo, um periquito que me entrou pela sala dentro enquanto estudava, um agarponis azul quando, num dia triste, ia tomar um café e o vi no chão da estrada, na linha contínua, e fiz parar o trânsito, em pleno Porto.
Tudo isto sai-me do corpo, mas compensa. Ou seja, dou-me ao trabalho pelos outros e por mim.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nós, as espécies raras

Na sexta-feira ouvi o Eduardo Sá dizer que o círculo de amigos se fecha após o final do curso superior.
Só para informar que no nosso grupo de amigos é exactamente ao contrário: o círculo não pára de crescer, o seu diâmetro aumenta a olhos vistos.

Não dá para esconder que temos um filho pequeno...#11

Quando, a propósito de uma indisposição de um amiguinho da mesma idade devido a sapatos apertados, o nosso marido comenta: "não dá para apertar os sapatos ao Pedro de vez em quando, só um bocadinho, para ver se ele pára?"

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mais um selo

Recebi este selo da querida Princesa que não se cansa de me presentear. Obrigada.


Gosto de receber os selos porque é uma forma de nos darmos a conhecer. Tenho dificuldade em retribuir porque ou os blogs que sigo já os receberam ou não ligam nenhuma a estas coisas. Por isso desde já ficam as respostas mas não o cumprimento de o passar a outros blogs.

Qual o teu clube? FCP, desde pequenina.

Qual o teu maior sonho? É uma resposta difícil… Ser importante, ter um lugar, deixar algo (não material, note-se) a quem me é mais próximo.

Qual é o teu animal favorito? Cavalo marinho

O que mais te irrita? Estar com pressa, contar os minutos e ter alguém à frente que fala ou faz o que tem a fazer muito devagar.

Que tipo de filmes preferes? Gosto de todos, porque gosto de rir, porque gosto de me comover, porque gosto de ficar a pensar, porque gosto de ter o coração aos pulos. Só não gosto de terror!

Qual a rede social que mais gostas? Só aderi a uma, Facebook.

Quais as palavras que estás sempre a repetir? Nesta fase de encantamento pelo meu pequeno, “meu amor”, “meu texuguinho”, “meu malandreco”, “meu menino mais lindo”, ou seja MEU - isto revela um sentimento de posse que tem que ser contrariado ;)

Diz um desporto que adores? Adorar? Nenhum! Não desgosto de ténis e agora deu-me para correr.

Se pudesses pedir um desejo ao génio da lâmpada qual seria? Ou seja, trata-se de um desejo impossível, certo? Por isso, pediria para ter dormido mais enquanto pude!

Qual o teu nome? Ana