quarta-feira, 15 de maio de 2013

Miguel

Escrevi-o há uma semana e um dia, 7 de Maio de 2013

Miguel,
Gosto de imaginar que poderias ter chegado aos nossos braços num cestinho carregado por um cavalo, esse animal que o teu irmão venera. Gosto de imaginar que poderias ter chegado no bico de uma andorinha, essa ave que me diz tanto, a mim e à tua mãe. Gosto de imaginar que poderias ter chegado num salto, no prolongamento dos braços do teu pai ou do teu tio Miguel. Gosto de imaginar que poderias ter chegado num carro, de rodas fortes e de cores vibrantes, como o teu primo Pedro desejaria.
Gosto de imaginar. É assim esta tua tia, de ideias no ar, vindas do coração.
Mas sei bem como chegaste:chegaste pela tua mãe, que é minha irmã, e, por isso, mal ouvi a tua descrição, reconheci-te como meu. O meu corpo, através dos meus olhos, mais brilhantes hoje, da minha pele, mais arrepiada hoje, do meu sorriso, mais aberto hoje, do meu coração, mais intenso hoje, não me deixou enganar: 7 de Maio de 2013, o dia em que tu, também meu, me chegaste.
E não sei se os nomes fazem as pessoas, mas sei que há nomes que se escrevem de uma forma e se sentem de outra. Como o teu, Miguel, especialmente como o teu, que pronuncio e escrevo tantas vezes e que me sabe sempre a Amor.
Que me saibas sempre a Amor.
Que faças esse o teu primeiro nome.

 
Ilustração The art studio

7 comentários:

  1. Cada palavra deste texto é sinónimo de AMOR, daquele que nos une e nos faz sentir família de coração e para a vida.
    Amei as tuas linhas e a ilustração.
    Concordo com a vizinha de cima: um dia ele vai saber ler e vai amar.
    Ma-ra-vi-lho-so/a <3

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  2. tão bonito Ana.
    Sê bem vindo Miguel!
    Que saibas sempre a amor. Que sejas sempre feliz.

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  3. correu tudo bem? estou curiosa! um beijinho desta macaca que gosta de vos ler e de perceber essa amizade bonita que vos une!

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  4. Tantas vezes que já li este texto e, em quase todas me emociono, sempre na mesma parte: "chegaste pela tua mãe, que é minha irmã, e, por isso, mal ouvi a tua descrição, reconheci-te como meu"! Quando temos um filho, sabemos que não é só nosso, que também pertence ao mundo e, tenho a sorte do mundo dos meus filhos estar recheado de amor...
    Gosto sempre tanto de tudo o que escreves... tens o coração na ponta dos dedos!

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