sexta-feira, 9 de março de 2012

A propósito da pieguice de que tanto se fala...

Ontem nasceu mais um amigo do Pedro. Escolheu fazê-lo no mesmo Hospital em que o Pedro nasceu, desconfio, até, que quem o ajudou a nascer foi quem tocou na cabecinha do meu filho pela primeira vez. E como isto me comove…

Sempre tive choro fácil, pelas coisas boas e pelas coisas más, mas desde que o Pedro nasceu coloco uma carga emocional enorme nos acontecimentos que antes apenas me faziam esboçar um sorriso ou um ar de consternação.
E transporto essa carga emocional para as pessoas que, numa situação normal, encararia como meros profissionais, mas que agora os olho de forma especial e que me apetece abraçar pela importância que têm ou tiveram para mim,para nós.
Mas depois vêm as convenções, o socialmente correcto… “Não se abraça um médico, ele só está a fazer o seu trabalho…”

A verdade é que foi a minha obstetra quem viu o meu filho pela primeira vez, quem lhe conheceu, nos primeiros segundos, a cor rosada, quem ouviu de mais perto o seu choro. Fez isto dezenas, centenas de vezes na vida, mas para o Pedro só o fez uma vez. Nunca mais a esqueço, para lá dos beijos que lhe dou à despedida, apetecia-me abraçá-la mais demoradamente, explicar-lhe como fez a diferença, mas talvez não entendesse.

A verdade é que tem sido o pediatra do Pedro que o tem acompanhado nestes meses, que me tem ensinado tanta coisa e que, apesar do seu feitio pouco consensual, me arranca sorrisos e me descansa. Para lá dos beijos que lhe dou à despedida, gostava de lhe agarrar as mãos, como se faz a um familiar, e dizer que sou melhor mãe também por causa dele, mas talvez não entendesse.

Depois deste desabafo, vou comer mais um chocolate, por indicação médica!

2 comentários:

  1. Gosto mesmo de te ler.
    E também sou piegas. E gosto de o ser.

    abraço apertado

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  2. Obrigada. Também gosto de ser piegas. O PM que não nos leia. ;)

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