quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A tarde mágica


Era uma tarde normal, 5 crianças e um bebé (o meu ainda é bebé, não é?).
Trocámos os jogos de computador, os carrinhos e o conforto da sala pela floresta.
Já não era cedo, o dia tinha-se posto cinzento, a luz não tinha aquela cor matinal que encontrei no local aquando da primeira visita. Mas este sítio, em Sintra, a caminho da Peninha e dos Capuchos, é inevitavelmente encantador com qualquer luz, a qualquer hora do dia.
Preparei tesouros doces e um lanche comum.
O que fez a diferença foi a manta que trago sempre no carro, estendida, permitindo um pic-nic improvisado. Comer sentado à chinês, com o cheiro da terra e das heras mais perto fez mesmo toda da diferença.
O que fez a diferença foi esconder os tesouros entre as pedras e o verde e deixá-los correr.
O que fez a diferença foi a minha descrição do local.
Ainda em viagem falei-lhes de que aquela floresta era mágica, porque só em sítios brindados pela magia as heras trepam as árvores e o silêncio se abate sobre nós como o melhor som de sempre. Falei-lhes de fadas, com o olhar inquisidor do Miguel por achar que o meu afilhado já tem idade suficiente para saber que elas não existem. Falei-lhes do encanto que só se encontra nos filmes ou nos livros de contos, mas que ali se revela em cada folha, em cada fio de luz por entre as árvores, em cada som…

O que fez a diferença foi tão pouco. Mas deu-nos tanto.

1 comentário:

  1. que inveja de não ter tido uma tarde dessas... E que fique bem claro, que eu não queria esconder, mas sim ir á procura dos tesouros!
    e, sim, o pedro ainda é bebé, pelo menos até aos 20...anos!!

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